Cotidiano

O cotidiano é aquilo que nos é dado a cada dia (ou nos cabe em partilha), nos pressiona dia após dia, nos oprime, pois existe uma opressão do presente. Todo dia, pela manhã, , aquilo que assumimos ao despertar, é o peso da vida, a dificuldade de viver, ou viver nesta ou outra condição, com esta fadiga, com este desejo. O cotidiano é aquilo que nos prende intimamente, a partir do interior. É uma história a meio caminho de nós mesmos, quase em retirada, as vezes velada. Não se deve esquecer esse "mundo memória", segundo a expressão de Peguy. É um mundo que amamos profundamente, memória olfativa, memória dos lugares da infância, memória do corpo, dos gestos da infância, dos prazeres. Talvez não seja inútil sublinhar a importância do domínio desta história "irracional", ou desta "não-história", como diz ainda Dupront. O que interessa ao historiador do cotidiano é o invisível...

Michel de Certeau em a Invenção do Cotidiano: Artes de fazer.

28 de jun. de 2010

Enchente, novembro de 2008

Este projeto foi realizado sob minha orientação com o Terceiro ano 02, no ano de 2009. O projeto iniciou com uma redação sobre o que esses alunos haviam vivenciado durante as cheias de 2008, lembrando que a cidade de Ilhota, onde se localiza o Morro do Baú foi o local com maior número de mortes.
Após a confecção e correção das redações, foram escolhidas frases e o aluno Maury montou o vídeo, que foi apresentado na Feira Multidisciplinar da Escola de Educação Básica Marcos Konder, no município de Ilhota.
A reação das pessoas ao assistirem ao vídeo foi intensa, nós mesmos, alunos e eu não fixávamos o olhar para não nos emocionarmos. Muitas pessoas se emocionaram profundamente e vi muitas lágrimas, ao lembrar de dias tão difíceis.
Fiquei muito orgulhosa do trabalho realizado e de alguma maneira contribuimos eu e meus alunos para a memória da cidade de Ilhota

Um comentário:

  1. Zuleica,
    Creio que resgatar memórias, abordar assuntos do cotidiano, da realidade vivenciada, torna a aprendizagem algo mais significativo.
    É realmente para ficar orgulhosa do trabalho!
    Abraço cordial,
    Cida.

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